Caramujo africano: Saiba como agir ao encontrar esse molusco

CCZ orienta sobre combate ao caramujo africano

O verão é um período chuvoso. Mas o Centro de Controle de Zoonoses lembra que após a chuva, os caramujos africanos (que já se tornaram uma praga no Brasil) se proliferam, pois eles gostam de ambientes quentes, úmidos e com sombra. Os quintais das residências e os terrenos abandonados são lugares para a reprodução dos moluscos. Em Campos dos Goytacazes desenvolvemos um trabalho de orientação em relação aos cuidados com a espécie.

A orientação é que o caramujo seja coletado. Quem for fazer a coleta deve estar com as mãos protegidas com luvas ou sacolas plásticas. Depois, o caramujo deve ser colocado em uma lata e queimado. As conchas devem ser quebradas para não acumular água, evitando assim que elas se tornem depósito de larvas do mosquito da DENGUE . Caso os moradores queiram esclarecer alguma dúvida sobre o assunto é só ligar para (22) 98173-0471.

A remoção do animal pode ser feita por qualquer adulto, desde que esteja com luvas e calçados fechados. O caramujo deve ser depositado em um saco plástico preto grosso, só na sequência deve ser aplicado sal grosso ou refinado no animal, para desidratá-lo e consequentemente, levá-lo à morte.

“É importante jogar o sal apenas depois de colocar o caramujo no saco porque, instintivamente, o animal libera de 200 a 500 ovos quando em contato com o sal. Depois, basta esperar um pouco para fechar bem o saco e quebrar as cascas do caramujo e ovos que o animal tenha liberado. As luvas usadas também devem ser descartadas”.

No entanto, após a eliminação do caramujo o trabalho não termina, pois ele pode ter depositado seus ovos na terra, que eclodem a partir da combinação de calor e chuva. Por isso, a presença de caramujos é persistente em alguns locais.

Para evitar o reaparecimento, é necessário fazer a catação manual dos ovos. Sempre utilizando luvas, deve-se revolver a terra e retirá-los – são bolinhas em tom amarelo claro, quase branco. Esses ovos devem ser colocados em um saco plástico e quebrados. “É um processo que deve ser realizado sempre que aparecer um caramujo e até que não se encontrem mais vestígios”.

Em grandes terrenos, é mais comum os proprietários contratarem empresas de desinsetização para remover o animal a partir do uso de pesticidas usados para o controle de moluscos, mas que contaminam o solo, de forma a não ser possível uma plantação em curto prazo, por exemplo.

A espécie chegou ao Brasil na década de 80. Ele foi trazido de forma ilegal, por produtores rurais, como uma alternativa mais rentável para substituir o Escargot. Contudo, a iniciativa não foi bem sucedida. Abandonado, ele se tornou uma praga que poucas pessoas sabem como combater. O molusco transmite a Meningite e o Sinofília, pois ele atua como hospedeiro intermediário de um verme, o Angiostrongylus Catonensis, agente etiológico da doença. De acordo com estudos, o ser humano participa do ciclo como um “hospedeiro acidental” do verme, ao ingerir alimentos que estejam contaminados por um meio do contato com secreção do animal. Outra forma de contágio é o consumo, (não remendado) destes moluscos parasitados.

Atendendo à solicitação de moradores e devido à infestação de CARAMUJOS onde está localizada sua residência, descrevemos abaixo algumas importantes orientações que deverão ser seguidas por todos que residem nessas imediações.

PREVENÇÃO

Os caramujos sobem e descem muros, atravessam a rua, ou seja, se deslocam no meio urbano de forma a encontrar um lugar aterrado para sobreviver e depositar seus ovos. Alguns ovos também podem ser depositados por pássaros, embora seja uma possibilidade mais remota. Passar cal no muro é uma forma de prevenção ao animal, já que a cal também o desidrata.

Cuidados em relação ao caramujo africano

> Não ingeri-lo
> Lavar bem as hortaliças, verduras e frutas com água corrente e deixar de molho em solução de água sanitária (cândida) a 2,5% (uma colher de sopa de água sanitária diluída em um litro de água) durante 15 a 30 minutos. Outra maneira é deixar de molho em vinagre (uma colher de sopa de vinagre para um litro de água).
> Não tocar nos caramujos sem proteção
> Lavar as mãos com água e sabão, caso haja algum contato com o molusco
> Não transportá-los nem jogá-los vivos em terrenos baldios, ruas, matas, restingas, córregos etc.
> Como fazer o controle restringe-se, basicamente à catação manual periódica desses animais e dos ovos (proteção das mãos com uso de luvas ou sacos plástico) e posterior eliminação, preferencialmente por incineração. Pode-se também coletar os caramujos e posteriormente esmaga-los e enterrá-los acrescentando uma colher de cal virgem para evitar a contaminação do solo.

PERIGOS

O caramujo africano pode transmitir duas doenças: a meningite eosinofílica e a estrongiloidíase. O verme Angiostrongylus cantonensis, causador da meningite eosinofílica, pode se tornar parasita do caramujo africano de duas formas: penetração direta no corpo do molusco ou pela ingestão de fezes de roedores contaminadas. A infecção em humanos ocorre quando é feita a ingestão do muco (gosma) que o caramujo libera para facilitar o seu deslizamento. Por isso, é tão importante lavar e deixar de molho as hortaliças.

A doença tem evolução benigna, mas com sintomas que podem durar de dias a meses: distúrbios visuais, dor de cabeça forte e persistente, febre alta, e sensação de formigamento, queimação e pressão na pele. Nem sempre ocorre rigidez na nuca, como em outros tipos de meningites.

Já a estrongiloidíase é causada pelo verme Strongyloides stercoralis, que pode penetrar na pele do ser humano, atingindo os pulmões, traqueia e epiglote, e depois migrando para o sistema digestivo, tornando-se parasita do intestino. Os sintomas mais comuns são tosse seca, dispneia ou broncoespasmo, edema pulmonar; diarreia, dor abdominal; podendo ser acompanhada por anorexia, náusea, vômitos, dor epigástrica.

Em sua forma grave, a estrongiloidíase apresenta febre, dor abdominal, anorexia, náuseas, vômitos, diarreias manifestações pulmonares (tosse, dispneia e broncoespasmos e, raramente, hemoptise e angústia respiratória). Quando não tratada, pode levar à morte.

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