O principal objetivo é a captura flebótomo, que também é conhecido como “mosquito-palha”. O trabalho está concentrado na Baixada Campista, mais precisamente na localidade de Babosa
O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) realiza pesquisa entomológica de flebotomíneos para combater a transmissão da Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA), também conhecida como cutânea, e a Leishmaniose Visceral (LV). O trabalho está concentrado na Baixada Campista, mais precisamente na localidade de Babosa, onde foi registrado o caso mais recente da doença em humano. A leishmaniose também acomete animais, como, por exemplo, cães.
A pesquisa é feita durante três noites consecutivas a cada três meses. O principal objetivo é a captura do flebótomo, que também é conhecido como “mosquito-palha”. Para desenvolver o trabalho são utilizadas armadilhas adesivas, armadilha luminosa do tipo “CDC” e capturador de Castro (aparelho de sucção). A busca ativa foi realizada entre os dias 21 a 25 de outubro.
“Iniciamos a pesquisa com visita a casa do paciente, vizinhos e também no local da atividade ocupacional, onde realiza a retirada de taboa, na localidade de Marrecas”, explica o subcoordenador do Programa Municipal de Controle de Vetores (PMCV), Sílvio Pinheiro. O paciente, um idoso de 79 anos, foi acometido pela Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA), em setembro. Ele foi tratado com medicamentos e passa bem.
O resultado da pesquisa em Babosa foi negativo para a presença do vetor, entretanto, o CCZ mantém o trabalho preventivo, uma vez que o período de incubação do protozoário é em média de 2 a 3 meses. “Se for encontrada um único exemplar do mosquito já é possível considerar a área positiva e com potencial de infecção”, informou Sílvio. A equipe também faz a pesquisa na localidade de Marrecas.
O supervisor geral Claudio Barcelos explica que o horário de maior atividade do flebótomo é o noturno e, por isso, a pesquisa é feita nesse período, mas pode piar ao amanhecer e ao entardecer. “O trabalho de captura foi realizado dentro dos imóveis, em vegetação com folhagem, galinheiros, chiqueiros e currais, pois a fêmea do mosquito que transmite protozoários do gênero Leishmania tem preferência por se alimentar em animais silvestres, mas também pica o humano”.
A leishmaniose é uma doença infecciosa que provoca feridas pequenas na pele ou na mucosa, com fundo granuloso e com bordas avermelhadas e elevadas, que vão aumentando de tamanho e demoram para cicatrizar. As feridas não doem. Tanto pessoas quanto cães contraem a doença através da picada do “mosquito-palha” que esteja infectado com o parasita.
A Secretaria Municipal de Saúde orienta que quem tiver qualquer sintoma da doença deve procurar uma unidade de saúde. No caso dos cães, os sintomas incluem emagrecimento, falta de apetite, feridas ao redor dos olhos, na ponta das orelhas e no focinho. Apenas o exame laboratorial pode confirmar o diagnóstico devendo o animal ser consultado por veterinário.
Prevenção – De acordo com informações do banco de dados da Subsecretaria de Atenção Básica, Vigilância e Promoção da Saúde (Subpav), a Leishmaniose é uma doença de incidência baixa no município, porém requer a prevenção. De 2016 a 2021 foram registrados cinco casos de Leishmaniose Tegumentar Americana com classificação laboratorial e três com classificação clínico-epidemiológico. No mesmo período, não há registro de Leishmaniose Visceral.
Para prevenir a doença, o CCZ orienta à população a limpar o quintal, retirando restos de folhas e frutos, lixo e fezes de animais; não jogar lixo em terrenos baldios; usar camisas de manga comprida e calças em áreas de mata, principalmente no entardecer, noite e amanhecer; manter galinheiros, chiqueiros e currais a 50 metros de distância dos imóveis.