De janeiro até o dia 27 de dezembro de 2023, foram contabilizados 3.160 casos confirmados laboratorialmente e clínico epidemiológico de dengue
A dengue é uma doença infecciosa aguda, uma arbovirose transmitida ao homem por meio da picada do mosquito Aedes aegypti. Em Campos, dos quatro sorotipos existentes, o tipo 2 é o que está em circulação, há pelo menos dois anos, causando quadros de sinusites, lesão pleural e abdominal (ascite), com evolução para choque séptico, segundo afirmou o subsecretário de Vigilância em Saúde, o infectologista Charbell Kury. “Esperamos, para 2024, uma epidemia por dengue, visto que o sorotipo 3 já chegou no estado do Rio de Janeiro e leva a quadros de hepatites”.
O médico explicou que nos últimos três anos vem ocorrendo um crescimento do número de casos de dengue. Além disso, essas ocorrências vêm acompanhadas de casos mais graves, principalmente nos extremos, como crianças pequenas, entre 1 e 4 anos, e idosos mais velhos. De acordo com Kury, no Brasil, em 2022, foram confirmados mil óbitos em decorrência da doença.
“Isso faz com que tenhamos que trabalhar com a prevenção. O município já faz esse trabalho com os mutirões, mas de nada adiantam as ações do poder público se a população não fizer, também, o seu trabalho, como evitar acúmulo de água nas nossas casas, onde estão 80% dos focos do mosquito. Outra coisa é não deixar caixa d’água destampada, os vasinhos de planta com água parada, lixeiras descobertas que contenham água, evitar jogar lixo em terrenos baldios, entre outras coisas”, pontuou o médico.
Charbell cita que o Ministério da Saúde incorporou a vacina contra a dengue, imunizante esse totalmente eficaz e seguro, mas que, no entanto, só será aplicado a partir de 2024. “A vacina será, no início, para poucos grupos prioritários. Então, até lá, temos que fazer a nossa parte, com a prevenção, evitando que o mosquito deposite seus ovos”.
SINAIS E SINTOMAS — Kury ressalta que o quadro clínico e os sintomas mais comuns da dengue são: febre, moderada a alta e que não dura mais do que sete dias; dor de cabeça e atrás dos olhos; náuseas; mialgia (dor muscular); falta de apetite e manchas pelo corpo. Em casos mais graves, o paciente pode evoluir para uma dor abdominal intensa, sangramentos, hipotensão, vômitos, diarreia e choque. “Em caso de quaisquer desses sinais, a pessoa deve procurar uma unidade de saúde mais próxima para receber o devido atendimento”, finaliza o infectologista.
AÇÕES DE COMBATE AO VETOR — O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) vem promovendo ações de prevenção e combate ao mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão da dengue, zika e chikungunya, com mutirões pós-LIRAa (Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti). De janeiro a dezembro de 2023, o CCZ realizou 83 mutirões, sendo 92.004 visitas domiciliares com 2.120 focos do mosquito eliminados.
De acordo com o último balanço divulgado, de janeiro até o dia 27 de dezembro, foram contabilizados 3.160 casos confirmados laboratorialmente e clínico epidemiológico de dengue e 48 de chikungunya. Não há casos de zika no município.