O município está em situação de epidemia e já contabiliza 613 casos positivos de dengue, sendo uma morte em decorrência da doença
Informações para evitar a proliferação do Aedes aegypti somada ao trabalho de visitação de imóveis residenciais, comerciais e terrenos baldios, identificação e eliminação de criadouros do mosquito, foram algumas das atividades desenvolvidas no Parque Prazeres, no subdistrito de Guarus, nesta quinta-feira (9), durante o terceiro grande mutirão realizado pela Secretaria de Saúde de Campos e o Centro de Controle de Zoonoses. A ação faz parte da campanha “Dengue Aqui Não”, lançada em fevereiro, que conta com parceria de outras secretarias, departamentos e órgãos públicos.
O principal objetivo da ação integrada é orientar a população e evitar a proliferação larvária e, consequentemente, o mosquito na fase adulta (alado), que uma vez infectado transmite dengue, zika e chikungunya. O município está em situação de epidemia e já contabiliza 613 casos positivos de dengue, sendo uma morte em decorrência da doença. Ainda não há confirmação laboratorial para zika e chikungunya.
A ação contou com a participação do subsecretário de Atenção Básica, Vigilância e Promoção da Saúde (Subpav), Rodrigo Carneiro, do diretor do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), Carlos Morales. Ambos reforçaram a importância da participação da população nesta estratégia de enfrentamento às arboviroses. Também participaram da ação o secretário de Governo Ângelo Rafael, e o vereador Marcos Elias.
“A população é o principal aliado no combate à dengue. Sabemos que a grande maioria dos criadouros do mosquito, cerca de 80%, estão dentro das casas, então precisamos que a população ajude, que faça a procura periódica por focos do mosquito dentro das residências para que possamos frear essa epidemia, diminuir o número de casos da doença”, explica o subsecretário.
Morales ressaltou que “é uma preocupação muito grande o crescimento do número de casos de dengue, mas não podemos deixar o mosquito ganhar essa guerra. Então, preciso do engajamento de toda a sociedade. Nós sabemos que a dengue deixa muitas sequelas e eu não quero que a sua e nem a minha sofram com isso”, disse.
Às equipes de Agentes de Combates às Endemias (ACEs) coube a visitação dos imóveis, aplicação de larvicidas, remoção dos inservíveis, além de bloqueio aeroespacial com bomba costal e carro fumacê. Assim como nos dois mutirões anteriores, um drone foi utilizado para o georreferenciamento (mapeamento aéreo) das caixas de água sem tela e para vistoriar as áreas de difícil acesso.
Maria Inês Peixoto Ramos, de 80 anos, recebeu o agente do CCZ e logo disparou: “Se cada um cuidar do seu quintal, não tem dengue para ninguém”. Ela fez questão de falar que mantém as plantas sem pratinho, cuida diariamente do bebedouro da cadela Mel e do reservatório da geladeira, entre os possíveis criadouros.
Borracharias, oficinas, ferros-velhos e recicladoras também estiveram na mira dos fiscais da Subsecretaria de Meio Ambiente. Já os terrenos baldios, carros abandonados e mobiliários foram fiscalizados e notificados pelos fiscais da Secretaria Municipal de Ordem Pública, por meio do Departamento de Posturas. “O proprietário do imóvel tem 30 dias, a partir da notificação para realizar a limpeza do imóvel e, também, fazer a manutenção, inclusive, fechando aqueles terrenos que forem encontrados abertos para evitar despejo de lixo e entulho no local”, explica o fiscal de urbanismo, Elvisson Machado Mesquita.
A Secretaria de Serviços Públicos e a Subsecretaria de Limpeza, Parques e Jardins atuaram com uma máquina retroescavadeira e caminhões, para retirar entulhos e galhadas das vias públicas. O trabalho contou com ajuda voluntária do morador do bairro, Carlos Magno Peçanha Machado, de 40 anos. “Essa ação é muito importante e, como estou sem trabalho, resolvi ajudar na limpeza”, disse.
MULTIPLICANDO INFORMAÇÕES
Além de conversar com os moradores do bairro, agentes da Secretaria de Governo (Segov), com o apoio da Banda de Fanfarras, da Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia (Seduct), percorreram as ruas do bairro distribuindo panfletos informativos sobre os cuidados para evitar surgimento de focos do mosquito, entre eles, o de manter as garrafas viradas para baixo, pratinhos de plantas secos, caixas de água e outros reservatórios sempre cobertos, e o descarte correto do lixo doméstico.
“Cada pessoa precisa fazer a sua parte. Meu pai já teve Chikungunya e só que teve a doença sabe como é difícil e perigosa”, relatou a moradora, Maria Aparecida Rita Neves, de 29 anos.
As informações sobre prevenção e sintomas das doenças transmitidas pelo Aedes, chegaram também de forma lúdica para os alunos, professores e toda comunidade escolar através de esquete teatral encenada pelo Grupo Oficina de Texto Terra da Alegria (Gotta).
O Programa Saúde na Escola (PSE) também participou com oficinas e palestras sobre prevenção e cuidados com a doença, assim como o Núcleo de Informação, Educação e Comunicação em Saúde (IEC) do CCZ. As atividades foram realizadas na Escola Municipal Custódio Generoso Vieira.
Ação multisecretarial contou mais uma vez com o apoio de viaturas da Guarda Civil Municipal.